Mercado regulado apresentou redução de 0,7%, enquanto o mercado livre teve alta de 3,9%, excluindo migrações os indicadores seriam invertidos
Um balanço com os dados consolidados de julho e apresentado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica apontou que o consumo de energia em julho cresceu 0,8% na comparação anual, saindo de 60.374 MW médios para 60.847 MW médios. O mercado regulado apresentou redução de 0,7%, para 40.848 MW médios, enquanto o mercado livre teve alta de 3,9%, para 20.000 MW médios. Excluindo os efeitos das migrações, o cenário se inverte, com um consumo 2,2% mais elevado no mercado regulado e 2,2% menor no mercado livre.
A redução do consumo de energia no ACL, excluindo o efeito da migração das cargas novas, é explicada pela queda no consumo em nove dos 15 ramos de atividade. Dentre essas quedas, a CCEE destacou serviços 22%, veículos 17%, transporte 13%, têxteis 9%. Por outro lado, os setores que apresentaram crescimento foram o de bebidas 9%, saneamento 7%, minerais não-metálicos 5%, alimentícios 5% e químicos 3%.
A CCEE verificou ainda a transação de 139 mil MW médios de contratos de energia, sendo 65% relacionados ao mercado livre e 258 MW médios destinados à exportação.
Migrações
As empresas de saneamento registraram a maior categoria de migração de cargas para o mercado livre nos 12 meses encerrados em julho. Considerando aquele mês, o segmento registrava 324 unidades consumidores habilitadas para negociar no ACL, volume 75% superior ao apresentado no mesmo mês de 2019.
Em seguida no ranking de migrações está o comércio, que também representa o setor com maior número de cargas no mercado livre. São 6.246 em julho deste ano. Na comparação com o ano passado, a presença do ramo comercial aumentou cerca de 41%. Também apresentaram altas expressivas os segmentos de serviços, minerais não-metálicos, transporte, alimentícios e manufaturados diversos.
Geração
Em julho, a geração de energia no Sistema Interligado Nacional apresentou elevação de 0,8% em relação ao mesmo mês em 2019. Foram 60.919 MW médios contra 60.416 MW médios, respectivamente.
Verificou-se aumento em todas as fontes de energia, exceto na térmica, que teve queda de 34,2%. Nesse conjunto, porém, as térmicas à biomassa apresentaram alta de 4,6% no mês. O combustível gerou 4.514 MW médios e representou pouco mais da metade da geração termelétrica verificada em julho. As usinas da fonte solar fotovoltaica avançaram 34% e eólicas apresentaram alta de 12,5% no mês.
Os dados foram compilados e estão presentes no InfoMercado Mensal relativo a julho de 2020, divulgado pela câmara a partir da contabilização das liquidações e operações no Mercado de Curto Prazo.