Marcelo Loureiro tomou posse como Conselheiro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE na última quinta-feira (30) e desde então tem se focado em conhecer as estruturas e as pessoas com quem vai trabalhar. Engenheiro eletricista, com mestrado e doutorado pelo LabPlan da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, ele vê desafios importantes surgindo no horizonte do mercado e quer atuar muito próximo da sua equipe, na área de Operações de Mercado, para garantir qualidade e eficiência no atendimento das necessidades que vão aparecer.
Marcelo possui MBA em Gestão de Projetos pela FGV e em CORe (Credential of Readiness) pela Harvard Business School. Participou de projetos em diversos países, como Brasil, Argentina, Peru, Nicarágua, Angola e Nepal, e para empresas como CPFL, Tractebel/Engie, ONS, CNPq, Engevix e Desenvix/SNPower/Statkraft. Recentemente, atuava como diretor de energia da Abiape.
Na entrevista abaixo, perguntamos ao executivo sobre suas expectativas para o cargo e pedimos a sua visão sobre alguns dos temas mais atuais do mercado de energia. Acompanhe:
Site – De toda sua carreira, quais qualidades e atributos você diria que traz para esse novo desafio de ser Conselheiro da CCEE?
Marcelo Loureiro – Vejo que o mercado tem uma tendência a mudanças nos próximos anos. Temos anseios do próprio setor que vão promover alterações legais e/ou regulatórias, a exemplo da abertura do mercado, o que terá repercussão na operação da CCEE. Entendo que os agentes me escolheram por acreditarem que estou apto a lidar com os desafios atuais e os vindouros.
Na minha carreira, tive a oportunidade de ver como os conceitos de mercado estão aplicados no Brasil e como isso reflete nos agentes, em suas operações. Acredito que visão panorâmica e comunicação são importantes para entendermos com mais facilidade os agentes e seus anseios, o que se reverte em benefícios tanto para agentes, quanto para a CCEE e as demais instituições setoriais.
Site – Quais suas expectativas para sua atuação na Área de Operações de Mercado?
Marcelo Loureiro – Minha expectativa é poder colaborar com a CCEE em sua trajetória de melhoria contínua, trabalhando no sentido de aprimorar as experiências a que a equipe e os agentes estão submetidos. As expectativas e a regulação mudam e, para fazer frente, devemos aprimorar tanto as ferramentas internas quanto os produtos que oferecemos ao mercado. Precisamos nos manter organizados e preparados o suficiente para recepcionar as demandas que surgirem para atuar da forma mais tranquila o possível.
Site – Que desafios que você enxerga para a CCEE e para o mercado?
Marcelo Loureiro – Desafios serão muitos. Um bom exemplo é a abertura do mercado. É esperado que a quantidade de agentes interessados pelo mercado de energia aumente e que surjam novos negócios. Nessas condições, a CCEE tem que estar preparada para fornecer o suporte necessário ao mercado, com fluidez e efetividade.
Site – Nós temos alguns desafios importantes a serem enfrentados pelo mercado: a questão do GSF e a retomada após o cenário de pandemia. Qual você entende que será o papel da CCEE na resolução desses desafios?
Marcelo Loureiro – O GSF é uma questão que precisa ser resolvida o mais rápido o possível. Com uma aprovação do Projeto de Lei que permite a solução do problema, teremos a promessa do retorno à normalidade, o que trará também crédito e otimismo para o setor, ainda mais importantes nesses dias de pandemia. Claro que a CCEE, além de interesse na normalização do Mercado de Curto Prazo, tem papel especial, desde as discussões até a implementação da solução.
Do outro lado, para mitigar os impactos da crise causada pela pandemia do novo coronavírus, o setor tem um pacote de alternativas à disposição. Algumas que já estão sendo endereçadas e outras que ainda precisam ser avaliadas pelo governo. A Câmara de Comercialização estará presente, dando seu suporte até que a situação seja normalizada. A CCEE tem toda capacidade de contribuir para o debate com trabalho, dados e informações, o que enriquece a tomada de decisão pelas entidades do setor e agentes, além de fornecer a estrutura para a operacionalização das decisões.
Site – Em um momento de incertezas, como o que estamos vivendo, qual você diria que deve ser o comportamento do mercado, para que possamos garantir o equilíbrio do setor?
Marcelo Loureiro – Temos uma virtude grande no mercado livre, que é a tendência a resolver crises e conflitos por meio da negociação. Com isso, a solução vem de forma mais rápida e as partes têm a oportunidade de minimizar possíveis insatisfações e prejuízos, reduzindo as dores. As soluções com bases competitivas ou negociais tendem a fornecer resultados mais aceitáveis para os agentes.
Site – Qual mensagem você gostaria de deixar para os agentes, que agora passam a contar com a sua atuação como conselheiro da CCEE?
Marcelo Loureiro – Eu acredito que comunicação e diálogo são essenciais para a tarefa da CCEE. E o conselheiro é uma parte fundamental nesse ponto. Por isso, a mensagem que quero deixar é que precisamos cada vez mais aproveitar a inteligência coletiva que está à nossa disposição. Afinal, quem melhor do que o cliente para dizer do que precisa?
Fonte: CCEE
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