Avanço da GD já custa R$ 1,5 bi ao consumidor cativo, aponta Abradee

PLD médio sobe em todos os submercados
20 de julho de 2020
Modernização em pauta: aprimoramentos no preço por modelo e estudo de preço por oferta
20 de julho de 2020

Cálculo da associação é de que em 10 anos esse valor possa alcançar R$ 20 bilhões se as condições atuais forem mantidas

 

A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica estima que o avanço da geração distribuída poderá chegar ao final do ano com 4 GW de capacidade instalada. E que se esse volume se confirmar, representará um custo adicional de rede para os consumidores do mercado regulado de R$ 2 bilhões. A previsão da entidade é de que em 10 anos esse custo adicional fique em R$ 20 bilhões.
Essa previsão foi apresentada nesta sexta-feira, 17 de julho, pelo presidente executivo da associação, Marcos Madureira, em um debate promovido via internet. Segundo ele, o volume de subsídios repassados até o momento somam R$ 1,5 bilhão ao alcançar os 3,5 GW de potência instalada nessa modalidade de geração.
Madureira voltou a defender que o segmento apoia a abertura do mercado de energia brasileiro, mas ressaltou a necessidade de que o governo deve tomar cuidados para que no processo de migração, o ACR não seja inviabilizado. E lembrou ainda que a recente grande onda de migração de consumidores especiais para o ACL devido à conta ACR e o tarifaço de 2014 foram os responsáveis pela rápida elevação da CDE.
Em sua participação, o secretário de Energia do Ministério de Minas e Energia, Rodrigo Limp, disse que em 2020 o subsídio para as fontes incentivadas deverá ficar em R$ 4 bilhões. E defendeu que essa questão deve ser racionalizada. Além disso, que o processo de modernização do setor elétrico deve ter atenção também à alocação mais eficiente de custos e benefícios. A meta é de que a mudança do setor seja feita de forma equilibrada e eficiente e não atribuindo custos ao consumidor do ACR.
Segundo ele, a previsão de que a Aneel e CCEE apresentem estudos para a abertura do mercado livre a partir de 2024 são necessários, mas lembra que a ausência de reformas estruturais do marco regulatório impedem que seja adotada a abertura do mercado livre no país. Ele citou as térmicas mais caras, são mais de 2 GW de potência com CVU acima de R$ 300/MWh e que são pagas apenas pelo ACR, a questão dos contratos legados, os contratos legados de usinas hídricas que vencidos serão convertidos em cotas, a energia de Itaipu pós 2023 e a sua forma de contratação. Pontos estes, que precisam ser tratados.